“Ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus” (Levítico 20.26).
Esta é a ênfase da vida com o Senhor: Ser santo. Isto, mais do que qualquer coisa, resume a razão de nossa salvação, e o propósito de nossa vida. Esta exigência diz respeito ao todo da vida: Religiosamente, sede santos porque eu sou Santo. Socialmente, sede santos porque eu sou Santo. Emocionalmente, intelectualmente, profissionalmente, politicamente, sede santos porque eu sou Santo. E, nas outras coisas, sede santos porque eu sou Santo.
Há uma exigência e um referencial para nós. O referencial é o Senhor. E a exigência é a de sermos como ele, pois fomos separados exatamente para isso.
O que desejo aplicar sobre este tema?
Vivemos um momento conturbado. Estamos em ano de eleição; e, diferentemente de outras épocas, parece que há um real incômodo acerca das propostas políticas apresentadas.
Há duas tendências reinando no meio evangélico: A mais barulhenta com uma noção de guerra, em que surge uma séria preocupação acerca do futuro político de nosso país; trazendo consequências religiosas. Há projetos de lei tramitando no congresso prontos para serem aprovados, e que trarão sérias dificuldades para o povo de Deus.
Os partidários desta tendência, mais do que em outras épocas, estão ativos; instruindo a igreja a votar contra todo e qualquer político que aprove tais projetos. Assim, como em partidos que fechem a favor dos mesmos.
Mas, há uma outra tendência que é a de ignorar este movimento, criticando-o por achar que resolverão os problemas através do voto. Para estes, a questão se resume no seguinte: desde quando este problema e esta perseguição política não existe? Agora acham que os problemas serão solucionados através do votar em partidários aos princípios cristãos?
Pois bem, diante destas tendências o que devemos entender e fazer?
1. Devemos votar com consciência, não simplesmente por estarmos numa guerra espiritual (que de fato sempre existiu); mas sim por sermos santos. E, por ser este o procedimento que o Senhor espera daqueles que foram separados para serem como ele, santos.
2. Devemos votar não por achar que nosso voto fará a diferença; ou não devemos deixar de votar por achar que nosso voto não fará a diferença; mas sim por sermos santos. Esta inclinação errônea é a manifestação do orgulho, através da ignorância.
3. Enfim, devemos fazer o correto da melhor forma possível pela simples razão que esta atitude servirá de adoração ao Senhor. E qualquer coisa diferente servirá de desagravo e mal testemunho.
Devemos simplesmente seguir o procedimento proposto pelo Senhor:
“Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito” (1 Timóteo 2.1s).
A prática do santo neste texto se resume em (1) reconhecer a autoridade daqueles que são autoridade investida. (2) Interceder em favor destes, objetivando vida tranquila e mansa, à ser vivida em santidade.
Se, este texto fosse escrito em nossos dias, provavelmente o autor, visualizando esse objetivo, exortaria seu leitor a orar e a votar com responsabilidade e inteligência; cumprindo com seu papel de cidadão.
“Lembra-lhes que se sujeitem aos que governam, às autoridades; sejam obedientes, estejam prontos para toda boa obra, não difamem a ninguém; nem sejam altercadores, mas cordatos, dando provas de toda cortesia, para com todos os homens” (Tito 3.1-2).
A obediência neste texto vai ao encontro da responsabilidade e inteligência comentadas anteriormente. Mas, o interessante a se destacar aqui é a pratica esperada dos santos; que, infelizmente, está distante da pratica cristã em nossos dias. A exortação é a de que não sejamos “difamadores”, nem “altercadores”; isto é, caluniadores e resmungões, ranzinzas.
É incrível, para vergonha nossa, a facilidade com que os cristãos tem se dado à difamação, que normalmente carrega como consequência a altercação. O acolher e espalhar e-mails diversos que denigrem a imagem de pessoas, sem a averiguação da verdade. Será que todo cristão ao receber este tipo de e-mail para por alguns minutos para interceder ao Senhor por misericórdia, perdão, justiça; enfim, pela vida do acusado e pela vida tranquila que a igreja deve ter?
O povo cristão, em especial o evangélico, tem envergonhado a nação, agindo como carnal; ao invés de se esforçar para mudar o quadro, agindo como santo: sendo cordato, isto é, cauteloso e cortês; logo, inteligente e responsável.
Nossa nação carece de santos. Não fundamentalmente na política, mas sim na sociedade como um todo. A começar por nossas casas; se estendendo na formação de um povo que tem vocação a ser diferente: a igreja. Enfim, nossa nação carece de uma igreja santa; começando por mim, e por você.