Mês: maio 2010

Abandonado para viver

Creio não existir nada pior para o ser humano do que a sensação do abandono. Quando passamos por qualquer problema, mas temos pessoas com quem contar; que se achegam, demonstrando carinho, vontade de ajudar, mesmo quando não o sabem, nos sentimos confortados, apoiados a não desistir. Mas, quando todos parecem nos abandonar…

A verdade é que passamos pela vida perdendo coisas: amigos, cônjuges, saúde, sonhos do passado. Nada permanece da forma como estava antes. Alguns ficam animados com o assunto: “Agradeço a Deus porque a vida ficou muito melhor do que esperava”. Raramente passa uma semana sem que me depare com aqueles que estão muito longe do caminho da gratidão a Deus pelas perdas do que lhes era querido. Alguns abandonos são previsíveis, mas isto não os torna menos dolorosos.

O mais incrível neste assunto é que se planejamos investir muito de nosso tempo seguindo a Jesus Cristo, contaremos com uma imensa carga de abandonos. Ele passou sua vida afirmando isto para os seus discípulos: “Somente aqueles que perderem suas vidas a acharão” (lucas 9.24).

A verdade é que pessoas experimentam a luz da esperança no momento exato em que sucumbem em seu mais tenebroso medo. Quando a vida se torna verdadeiramente difícil de ser vivida; quando a dor se torna insuportável; quando a perda daquilo que tanto queremos é certa, o Senhor, então, se apresenta como o Salvador; como aquele que está ao lado, aquele que ama. Como aquele que perdoa e restaura; aquele que tem o poder de dar uma vida diferente.

As pessoas pensam que sua doença, seu divórcio ou sua mágoa significam o fim de suas vidas. Elas estão certas. A vida como elas conheciam já era. Em seu ligar ganharam não apenas uma nova vida, mas uma nova proposta para a vida.

Receber Jesus como Salvador significa reconhecê-lo como único socorro. Não nosso único socorro para conseguir o que desejamos, mas nosso único e verdadeiro socorro; pois, Cristo não nos salva com o propósito de continuarmos a viver nossa vida. Ele é Salvador daqueles que estão num processo de mudança de vida. Ele nos convida a abandonar nossos planos, nossas esperanças, nossos ideais, nossos valores e tradições; e, então, a abraçar a vida na perspectiva de Seus olhos, de Suas palavras, de Seu abraço, de Seu aconchego. Afinal, ele nos converte de nós mesmos, votando-nos para Ele.

Confrontados com o abandono, podemos voltar nosso coração para as coisas que perdemos; ou voltar em direção a esperança que Jesus Cristo é de fato o Salvador de nossa vida; o Salvador que traz nova vida: “Mas o que para mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele” (Filipenses 3.7-9a).

Quando o abandono chegar, aproveite-o para começar a viver Cristo.

Quem sou eu?

O que ajuda, ou o que atrapalha?

O producente ou o improdutivo?

O ajuntável, ou será a palha?

O maldizente, ou o construtivo?

“O futuro me aguarda!”

… o futuro me amedronta.

… o futuro é vivido agora

… o futuro o passado aponta.

Vivo um dilema discente:

Ser alguém ou passar ausente?

Como devedor ao Criador,

Vivo responsavelmente;

Removo da carne a dor,

Sendo jovem competente.

Wagner Amaral

Soneto em homenagem aos jovens de Jardim Tremembé

Dinheiro

Dinheiro bendito

Suado, contado, conquistado

Que bem investido

Redunda em futuro desejado

Dinheiro maldito

Perdido, vendido, pranteado

Que mal investido

Faz da esperança um pão embolorado

Eu o domino

Ou por ele me fascino?

Sacrificar o orgulho e a vaidade

Evitando os avulsos

Administrar a realidade

Dominando meus impulsos

Pr. Wagner Amaral.

Jeitinho brasileiro

O jeitinho brasileiro é mundialmente conhecido, sendo admirado por muitos, rejeitado por outros, e eleito pela maioria como a característica mais marcante e inigualável.

O brasileiro em geral dá jeito em tudo. Há a famosa gambiarra: improviso técnico. Arame, por exemplo, resolve quase tudo: “é melhor amarrar o pára-lama do que soldá-lo”; “é melhor bloquear a torneira que pinga do que trocar o courinho”; “é melhor atar o pé da mesa do que substituir os parafusos”; pensam os reis do improviso.

Para vender o carro no valor desejado é bom pedir um pouquinho mais, já que a pechincha é certa. Dar um fora ou molhar a mão é linguagem corrente tanto para manter aquele comprador fiel como para escapar da multa na estrada. A mentira branca também vale: quem perde prova escolar por descuido ou se atrasa pela segunda vez na semana tem razão de sobra para matar a avó, ainda que pela quinta vez.

Comprar bens e utensílios piratas é algo tão comum que os próprios evangélicos estão entre os mais fiéis; pois dos dez CDs piratas mais vendidos, alguns são evangélicos; chegando a obter o honroso (ou seria o horroroso) terceiro lugar nesta vergonhosa lista.

Achamos tudo normal, afinal somos brasileiros. Mas, o que nos esquecemos é que na hierarquia de Deus, antes de sermos brasileiros, somos crentes; isto é, somos servos do Senhor, filhos de um Deus Santo, Justo, de um caráter inatingível; onde a verdade, a fidelidade e a honra são características notáveis e indiscutíveis.

Pensamos e dizemos que o brasileiro precisa de Cristo para transformar sua vida de dentro para fora; mas como o incrédulo pode realmente perceber e entender isso à luz de nossos jeitinhos? O papel do cristão brasileiro é preponderante: Cada palavra que sair de sua boca deve ser vivamente conferida com o seu dia-a-dia e a realidade do ambiente. O cristão não pode se isolar deste mundo como um alienado, ou mesmo viver como um esquizofrênico, tendo sua vida dividida em dois níveis: o espiritual e o secular. Ele deve, compromissadamente, assumir o evangelho como seu estilo de vida e influenciar o seu meio ambiente, aplicando e concretizando em seus atos e em suas escolhas pessoais o próprio evangelho.

Como cristão devemos viver para a glória de Deus. Ter uma vida exemplar; anunciar as boas novas do Reino; e desenvolver uma cidadania exemplar e responsável.

“Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis (viveis) de modo digno (equilibrado) da vocação a que fostes chamados” (Efésios 4.1).

Classificados

Lembro-me de quando lia os jornais de São Paulo e me espantava com a quantidade de folhas dos classificados. Eram muitas as oportunidades de empregos; inclusive para jovens, como eu na época da qual me refiro. Bons tempos, diriam os trabalhadores; principalmente, aqueles que estão desempregados.

O caderno de classificados sempre foi o mais procurado, principalmente aos domingos; pois a expectativa que criava para o dia seguinte era tremenda. Mas, algo sempre me intrigou. Sei que nem todos atentam para isto, mas a realidade é que o caderno de classificados revela a cada leitor, a cada analista, a cada pesquisador de suas linhas uma realidade que pode ser agradável ou dura – revela nossa qualificação.

Se alguém estudou o suficiente para ser apreciado através de um diploma reconhecido, e ainda possui experiência, pesquisa os classificados com um ar de superioridade; dando-se ao luxo de escolher dentre as ofertas a que mais lhe agrada.

Se alguém estudou, porém não possui experiência, normalmente sofre muito até ser alvo da coragem de um empregador; dando-lhe a oportunidade de iniciar sua série de experiências.

Se alguém não estudou, porém possui muita experiência em determinada função, sofre com a discriminação, e com a realidade de sua limitação; levando-se em conta a renovação de todos os setores profissionais.

Se alguém não estudou, e nem possui experiência, sofre, e muito; limitando-se a aceitar as oportunidades que lhe chegam, mesmo não sendo suficientes para sustentar seu projeto de vida.

A verdade é que o caderno de classificados torna-se um tipo de espelho onde descobrimos aonde podemos chegar com a gama de preparo que recebemos (ou com a sua falta).

Se existisse um caderno de classificados espiritual, onde a vida cristã pudesse ser medida à luz das oportunidades oferecidas, qual realidade seria a sua – superioridade ou inferioridade? Alegria ou limitação?

Já pensou: “Precisa-se de cristão santo, com bastante experiência em domínio próprio; e que fale fluentemente o evangelho”. Esta vaga seria sua?

Ou então: “Contratamos, urgentemente, cristão verdadeiro, honesto, manso e sempre alegre”. Você estaria qualificado?

Oro para que o seu preparo espiritual seja suficiente para classificá-lo como uma pessoa preparada, dignificando seu Senhor.

Vida imprevisível

“Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois apenas como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo” (Tiago 4.13-15).

Veja o impasse em que nos encontramos: De um lado, você tem sonhos? Têm planos? Como será nossa família daqui a dez anos? Será que minha família hoje é exatamente o que sonhei e o que planejei a dez anos atrás? Quais os meus planos para daqui a dez anos? Celebrar o casamento de meus filhos? Como planejo envelhecer? Visitar os filhos, os netos. Planos para viajar. Planos para escrever…

De outro lado, qual será o clima amanhã? Você terá um dia extremamente feliz? Você manterá ou perderá seu emprego amanhã? E o seu negócio, será fechado, ou será que todo o sonho e planejamento cairão por terra? Você acordará amanhã?

Percebe o impasse? Quantas vezes temos sido lembrados de que a nossa vida é breve. Que ninguém entre nós é capaz de controlar seu destino. Que ninguém de fato sabe o que há de acontecer amanhã.

Esses pensamentos levam alguns ao desespero. Mas deveriam conduzir todos à esperança. Não em nós, mas em Deus, o único que sabe exatamente o que há de acontecer amanhã. O número dos nossos dias já está escrito no livro dEle (Salmo 139.16). Não há nenhuma surpresa! Ele sabe quanto tempo nos resta. A cada dia temos exatamente um dia a menos para gastar; e a pergunta é: Como estamos investindo nossa vida, nosso tempo? Estamos vivendo hoje, para a eternidade ou para a brevidade?

Infelizmente, algumas pessoas vivem suas vidas como se fossem indestrutíveis. Como se fossem mestres do seu próprio destino. Tiago condena esse tipo de humanismo, de secularismo, que exalta o homem e seus planos, sem levar em consideração a vontade de Deus.

Não há nada de errado com planejamento. Somos encorajados por Deus, através das Escrituras, a sermos diligentes, a planejar para o futuro, como a formiga que prepara sua casa para o inverno. Mas nunca somos encorajados a planejar nosso futuro num vácuo de auto-suficiência. Tudo que fazemos tem que ser submetido ao plano divino. Tudo que planejamos tem que ser coerente com os valores de Deus, encontrados em Sua Palavra. Tudo que sonhamos tem que ser coerente com o uso de nossas vidas pensando na eternidade; isto é, pensando em algo “maior e mais sublime”.

Mas Tiago nos adverte. Enquanto planejamos, nunca podemos esquecer de quem somos. Somos seres frágeis e dependentes. Somos finitos, limitados, fracos, vítimas de um mundo contaminado pelo pecado.

No texto, os negociantes judaicos, que por sinal haviam experimentado muito sucesso na vida, faziam seus planos numa redoma de auto-suficiência. Estavam construindo suas vidas sobre um fundamento de luxo, só para descobrir no fim que tudo era lixo. Faziam seus planos sem Deus. Construíam seus castelos sobre a areia. Mas, de repente, Deus vem como uma onda na praia, e leva tudo para o fundo do mar.

O quadro pintado por Tiago devia ser familiar a seus leitores. O primeiro século foi um período de grande atividade comercial. Muitos judeus eram ativos nesses negócios que envolviam idas e vindas. Tanto naqueles dias quanto nos nossos a base é a mesma: o lucro. Entretanto, não é o desejo de obter lucro que Tiago critica; mas sim a forma como as pessoas planejam obtê-lo, ignorando o Senhor.

Não podemos deixar Deus fora de nossos planos: “Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois apenas como neblina que aparece por instante e logo se dissipa” (14). Esse texto nos alerta sobre duas razões porque todos os nossos planos devem ser submetidos a Deus: (1) Porque somos ignorantes quanto ao futuro. Não sabemos o que vai acontecer amanhã. Somos limitados, finitos. Não somos oniscientes. Podemos e devemos fazer planos, mas nunca com arrogância, auto-suficiência, prepotência, ou autonomia.

Esse fato deve nos levar a humildade e dependência, cientes de que, no momento em que Jesus tira sua mão sustentadora das nossas vidas, paramos de respirar. Por isso, vivemos nossas vidas cientes da soberania de Deus. Ele sabe. Ele se importa. Ele traça os planos para nossa vida. Ele direciona. Podemos lançar sobre Ele toda a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de nós!

(2) Porque somos impotentes. Também não somos onipotentes. Não temos poder nem de acrescentar um fio de cabelo nas nossas cabeças, muito menos mais um minuto para nossas vidas (Mateus 6.25-27). Somos como neblina que aparece e logo se dissipa.

Por isso vivemos nossas vidas amarradas em Jesus, na esperança de vê-lo a qualquer instante. O cristão não precisa temer a morte! Choramos, sim, pelos que ficam, pela dor, pelo vazio. Mas quando vivemos nossas vidas com olhos fixos no alvo, há certa expectativa do que está além. Enxergamo-nos como peregrinos, como forasteiros!

Amigo

Você tem um amigo?

Como conquistou essa amizade? Afinal de contas, amizade se conquista, não se impõe, não se cobra. É interessante o traçado na construção de uma amizade. Vamos entender os passos que geralmente formam uma amizade: (1) O encontro. O olhar; nem sempre às mil maravilhas. Não são poucas as vezes que uma amizade começa em um tom desagradável, com desconfiança e antipatia.

(2) As primeiras palavras. Às vezes, sêcas; como que cumprindo uma obrigação; um tratamento por educação.

(3) Novos encontros. Novos esbarrões. Nesta etapa, geralmente, um grupo de pessoas (como uma igreja) é essencial. Programações que levam as pessoas a se encontrarem; a atuarem juntas em prol de algo em comum.

(4) A conversa do verdadeiro “eu”. Este é o momento onde as pessoas começam a enxergar a outra como realmente é. Momento onde normalmente surge no subconsciente: “Eu não sabia que ela era tão legal. Ela é totalmente diferente do que eu pensava”. Este é o momento em que o sorriso se torna amigo do rosto.

(5) A partir daí, o que vemos é uma ligação íntima, quando ambos revelam prazer pela companhia do outro; quando o apoio se torna mútuo e constante.

(6) Momentos de controvérsia fazem parte de qualquer amizade. Situação onde as idéias se chocam, onde os gostos divergem, onde as discussões, às vezes acaloradas, são rompidas na comunicação. Momentos assim são importantes na solidificação de uma amizade; pois, tornam os amigos mais maduros, mais autênticos. Afinal, a discórdia é ligada às idéias, e não necessariamente às pessoas. Posso discordar de uma maigo e continuar admirando-o profundamente.

Bom, como podemos observar, a formação de uma verdadeira amizade exige um relacionamento contínuo entre duas pessoas, onde o tempo é preenchido por emoções distintas, com os sintomas sendo diferentes. Se você deseja conquistar uma amizade deve estar preparado para um trabalho árduo; porém, cativante.

A sua amizade com Deus também depende de uma relacionamento assim. Você se expressa (ora), e Ele responde (Escrituras, consciência e experiência diária). Você ouve, avalia e aplica (vida cristã). A diferença em Deus é que ele é o único amigo que não falha, e é ele quem conquista. Como afirma o hineto: “Não existe nada melhor do que ser amigo de Deus”.

“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém  própria vida em favor dos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando” (João 15.13-14).

Eis a vida

Depois do dedo de Deus,

Criando Adão, da terra,

A vida garoa dos céus,

Fertilizando as muitas ‘Evas’.

Choro espontâneo de notícia estonteante

É o impacto:  ‘eis o bebê, é chegado!’

Ansiedade por um futuro brilhante

É o sonho:  ‘eis o homem, é formado!’

Sentimentos marcantes e profusos

Desenham a alma das mães de todo o mundo.

Pois, Deus, em doce e firme tom,

Segredou-nos à saída:

De tudo o que criei, que era bom,

Eu afirmo:  ‘Eis as mães, eis a vida!’

Pr. Wagner Amaral

Mãe é mãe

“Mãe é mãe!” Eis uma expressão popular de abrangência universal. Em si, considerando apenas a escrita, é redundante; e não diz nada além do óbvio. Mas, o interessante é que esta expressão é bem entendida por todo aquele que fala, assim como pelo que ouve.

A objetividade desta frase revela a grandeza do que é ser mãe. Traz à memória tudo o que está envolvido em seu relacionamento para com seu filhos, e para com aqueles que os rodeiam. Convicções como: (1) Ela sabe o que é ter um filho. (2) Ela vive para dar vida a seu filho. (3) Ela protege como ninguém a seu filho. (4) Ela sofre e entende o sofrimento de outras mães por seus filhos. (5) Ela se sacrifica por seu filho. (6) Ela erra, mas objetivando fazer o melhor para seu filho. (7) Ela sofre com o sofrimento de seu filho. (8) Ela se alegra com a alegria de seu filho. (9) Ela se satisfaz com a satisfação de seu filho. (10) Ela perdoa como ninguém a seu filho.

São exemplos do entendimento que envolve a frase “mãe é mãe!”. Não é preciso explicar, basta a figura, a lembrança deste ser tão importante que Deus usou para nos trazer à vida; assim como para nos manter nela – nos formar, sustentar, apoiar.

É interessante como em certos momentos nos comportamos como independentes, querendo alçar vôo; procurando dar conta do recado à nossa maneira. Nesses momentos, em inúmeras vezes, rejeitamos a palavra, o conselho, o apoio de nossa mãe. Mas, quando tudo não funciona como planejado, quando tropeçamos, perdendo o controle, a pose, corremos para aquela que está de braços abertos, mesmo quando não ouvida, não considerada. Isso é tão real que o próprio Senhor usa a figura da mãe para exemplificar Sua ação em consolar seu povo: “Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém vós sereis consolados” (Isaías 66.13).

Humanamente falando “mãe é mãe!”, isto é, há coisas que só elas sentem e fazem, com perfeição e consistência. Por isso o Senhor nos exorta a levá-las em altíssima consideração: “Honra a teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (Êxodo 20.12); “Filho meu não deixes a instrução da tua mãe” (Provérbios 6.20b).

“Mãe é mãe!” e eu louvo a Deus por isso; pois elas são obras de suas mãos, vidas usadas para nos abençoar.

É comum!

É comum vermos pessoas agitadas e estressadas. O incomum é a apatia. Normalmente se erra por querer fazer algo, mas certamente o pior erro é o de não querer fazer nada.

É comum sabermos de pessoas que estão desempregadas, procurando trabalho. O incomum é sabermos de pessoas que estão em casa, satisfeitas por não terem emprego; felizes por não terem que sair à procura daquilo que traz uma boa dose de dignidade ao homem – o trabalho.

É comum o namoro entre dois jovens crentes. O incomum é o namoro existir como qualquer outro – um período de simples aproveitamento: “Eu me aproveito de você, você se aproveita de mim, e quando cansarmos deste joguinho, terminamos”. Biblicamente o namoro é o período onde o rapaz e a moça constroém uma verdadeira amizade; criando laços através de uma sadia comunicação, incluindo com ambas as famílias.

É comum ao homem a falha. O incomum é o se acostumar com ela. Ou pior, o gostar dela, tirando proveito.

É comum ao casal – esposo e esposa – períodos de turbulência. O incomum é isto se tornar um vício; dormindo e acordando em uma contínua tempestade.

É comum ao crente momentos de desânimo. O incomum é o estacionar-se, deixando a vida passar, não edificando os outros nem sendo edificado pela Palavra do Senhor que é viva e eficaz, e apta para discernir nossos propósitos e motivações, e têm o poder de julgar a todos em todo e qualquer momento.

Como observamos, muita coisa pode ser encarada como “comum”. Porém, nós, como filhos do Deus Altíssimo, poderoso e soberano, não devemos aceitar o comum como se nada pudesse inverter os variados momentos de nossa vida. O Espírito do Senhor habita nos seus (Romanos 8.9-11), rompendo as barreiras que impedem o crescimento no conhecimento e na graça de Deus. O “comum” é aceitável quando dentro da vontade de Deus. A mesma compreensão serve para o “incomum”.

Se você pertence ao Senhor não se limite ao “comum” aceitável, e nem adote o “incomum” desprezado por Deus, como padrão de vida. O seu “comum” e o seu “incomum” devem ser determinados pelo Senhor que os controla.