Vivemos em uma época de incríveis ferramentas; e, consequentemente, de impensáveis possibilidades. Quando no seminário, estudando Teologia, minha ferramenta principal era uma máquina de datilografar, pequena. Pouquíssimos recursos; porém, o suficiente para desenvolver minhas tarefas, completando-as com régua e canetas. Impensável para os dias atuais. Meus filhos não tem a mínima ideia do que estou falando, rsrsrs.
Hoje, alguns anos depois, o progresso da informática, e sua acessibilidade, transformaram as possibilidades no mundo. Informações mediatas e imediatas; comunicação e interação que para ser total precisaria somente do teletransporte do corpo para providenciar o aperto de mãos, o abraço, o beijo; enfim, a presença no mesmo ambiente físico. Realmente é um progresso impressionante para tão pouco tempo.
Uma destas ferramentas é o Facebook. Uma rede social que permite a interação de milhões de pessoas. Alguém pode fazer um pequeno vídeo em sua câmera do celular; e, então, fazer o download para o Facebook; e, em pouquíssimo tempo cerca de oito milhões de pessoas o acessam, interagindo com comentários, críticas, ilustrações, reproduções, etc. Quando você menos espera o conteúdo daquele vídeo está diante de você na farmácia, no mercado, na rua; através das pessoas que viram e que estão comentando, cantando, reproduzindo de diversas formas. Realmente incrível!
Estas ferramentas podem e devem ser usadas por aqueles que são do Senhor para cumprir com sua vocação de fazer a diferença, sendo referencial de Cristo. Textos bíblicos compartilhados; devocionais; comentários edificantes; músicas de ensino e louvor; vídeos; ilustrações; formas e mais formas de se alcançar milhões com o evangelho. A criatividade em meio às possibilidades que a ferramenta permite pode aumentar a curiosidade, produzindo maior impacto; e o alcance disto é inimaginável. Coisa boa para quem quer espalhar a luz do evangelho.
Mas, há algo de podre no ar. Um cheiro, uma impressão, que surge como consequência do mau uso das ferramentas. É o amor expressado nas palavras, mas pouco evidenciado nos abraços, na presença na casa do outro, na ajuda diante da necessidade, na oração pela pessoa e junto com a pessoa. É a amizade “cantada” a todos os cantos, mas sem a cor da autenticidade revelada na prática do perdão, na eliminação da fofoca, na ausência de projetos em comum. É o louvor a Deus assumido como real; mas, demonstrando sua irrealidade por meio da constante ira, da insistência em não abandonar o pecado, da apatia como membro da igreja, do apego ao dinheiro e coisas materiais, da paixão pelo time de futebol (ou qualquer outro esporte) mais forte e constante do que pelo Senhor. Enfim, é a postagem da máscara de algo que vale a pena, escondendo a realidade de quem é espiritualmente superficial, e teimoso em sua fragilidade como pecador.
Não é por causa do pecado de muitos que devo abandonar as ferramentas; se, posso usá-la devidamente para honrar e glorificar ao Senhor, edificando a muitos. Mas, serve como alerta para, pelo menos dois discernimentos: (1) Você deve saber que, provavelmente, a maioria dos que estão alistados como seus amigos no Facebook usam máscara, postando aquilo que realmente não são. (2) Você já tirou a sua?
Que Deus seja a sua vida, sempre.