Biblicamente, tudo se resume na questão do senhorio. Este foi o problema de Satanás que repassou para o homem, por meio da tentação; e que parece se repetir em toda questão pecaminosa.
A vivência diária está em satisfazer a mim mesmo, por meio dos desejos de meu coração, agindo como senhor; ou, sabedor desta tendência, me submeter ao senhorio de Cristo. Qualquer expressão de idolatria externa – imagens, esculturas, coisas, animais, pessoas – tem, ao final, o objetivo de satisfazer o ídolo maior que existe em mim – eu mesmo.
Por isso, somos exortados a matar a influência desta pecaminosidade em nós que insiste em nos fazer acreditar que somos senhores de nosso viver (Romanos 8.9-13).
O pecado engana facilmente porque controla a vontade humana, e isso altera o julgamento. Quando a concupiscência prevalece, predispõe a mente para aprová-la. Quando o pecado influencia nossas preferências, ele parece agradável e bom. A mente é naturalmente predisposta a pensar que tudo o que é agradável é correto; portanto, quando um desejo pecaminoso vence a vontade, também lesa o entendimento. Quanto mais a pessoa anda no pecado, provavelmente, mais a sua mente será obscurecida e cegada. É assim que o pecado assume o controle das pessoas.
A pessoa tem a falsa impressão de senhorio; mas, na realidade, está debaixo de outro senhorio (influência, referência). Paulo, simplifica este entendimento em sua carta aos efésios.
1. O Eu e suas consequências (a procura da autoestima)
(Efésios 4.17-19)
O problema: O andar pecaminoso.
O contexto: Referência e influência destrutivas (2.1-3).
O foco: O eu.
O combustível: O orgulho.
As consequências: A ignorância, a impaciência e o desamor.
O resultado: A dissensão.
Todo o contexto exposto no capítulo 2 (2-3), procura, cria, estabelece padrões e estruturas que enalteçam o eu, por uma questão de senhorio. Daí a procura da autoestima, como princípio norteador para o viver.
2. O Senhor e suas consequências (a procura da adoração)
Em contrapartida, temos o outro andar (Efésios 4.1-3)
A exortação: O andar vocacionado.
O contexto: Referência e influência para a vida (2.1, 4-5, 8-10).
O foco: O Senhor.
O combustível: A humildade.
As consequências: A mansidão, a paciência e a compaixão.
O resultado: A unidade.
O que Paulo ensina é a troca do paradigma humano (egoísta) pelo paradigma divino, entendendo e vivendo toda a realidade a partir dos princípios do Senhor. Daí a necessidade de fundamentar o todo da vida por meio das Escrituras.
Podemos perceber claramente a necessidade de exercitarmos diariamente a submissão ao senhorio de Cristo, e estarmos atentos para não cairmos na tentação de nos colocarmos como senhores e não servos.
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