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Sonhei e, enfim, acordei

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Acordei feliz e disposto a realizar qualquer tarefa, pois o meu sonho me encheu de expectativa, ao ser abraçado por meu coração e correr por minhas veias, espalhando esperança por todo o corpo. Sonhei que vivia em uma terra que não havia problema algum e que tudo era só sorriso, porque Deus, o Criador, assim estabelecera. Nesta terra só morava os que são alvos de meu amor, de minha admiração; pessoas com as quais teria o maior prazer de conviver e de assumir parceria para qualquer tarefa. Nesta terra meu sorriso e satisfação constantemente desfilavam; pois meu coração era atendido em todos os seus anseios. É como se o Senhor estivesse ali, exclusivamente, para cuidar de mim, providenciando o necessário para que tudo fosse perfeito. E, então, acordei.

Ao acordar, voltei à realidade da vida. Esta se estabelece a partir do momento que constatamos que tudo não passou de sonho; e, como sonho, pode ser o resultado de muitas e soltas informações, consciente e inconscientemente assimiladas; assim como o resultado de pensamentos e sentimentos diversos, às vezes até conflitantes, normalmente desordenados, sem ligação obrigatória com princípios e normas bem estabelecidas.

A partir desta constatação, a realidade me reconduziu à fundamentos importantes como a existência de um Deus soberano que é senhor da realidade e, inclusive, da irrealidade, possível pela subjetividade de nosso ser; o que me faz recordar do senhorio de Cristo, ao qual me submeto, conscientemente, a conhecer e a obedecer, aprendendo a viver por meio de seus preceitos; mesmo quando não compreendo tudo o que me cerca.

Em meio a este viver me deparo com o contundente ensino de que o sofrimento faz parte da vida. Não é o ideal, pois sua existência se dá por causa da realidade do pecado no mundo; mas, não posso negar, à luz das Escrituras, que o Senhor, muitas vezes, usa o sofrimento como meio para realizar a sua vontade que, aplicada à nós, tem o objetivo de aperfeiçoar (Tiago 1.2-4). Não posso dizer que aprendo com o Senhor a ser masoquista, mas, sim, que devo evitar atribuir um só sentido para os problemas com os quais me deparo na vida.

Então, me lembro de meu sonho e questiono sua veracidade e aplicabilidade para o meu viver. Até que ponto é possível viver sem problemas e sofrimentos? Até que ponto devo ansiar por isso, chegando a interceder ao Senhor? Até que ponto entro em choque com o meu Senhor por não me submeter à realidade estabelecida por ele no mundo em que vivo? Até que ponto produzo dificuldade para o meu próprio aperfeiçoamento, estando, como criança, a aceitar histórias de mitos, na expectativa de que se tornem realidade? Até que ponto tais anseios expressam mais os desejos de um coração enganoso que, maliciosamente, tem o poder de me fazer viver de mim, por mim e para mim, evidenciando uma real idolatria?

Então, diante deste banho de realidade e em meio ao exercício do discernimento, através das Escrituras, percebo que minha alegria não está atrelada a ausência de problemas ou sofrimentos; mas, que posso, mesmo diante desses, experimentar a serenidade e a alegria ao descansar meu coração no Senhor. É nesse sentido que o Senhor é a minha alegria e a fonte de toda a minha definitiva esperança; tornando possível viver abundantemente como Cristo apregoou.

Eu sei, e aguardo, o tempo em que os problemas e sofrimentos não existirão, quando definitivamente transformados estivermos com o Senhor, gozando da infinitude de Sua presença; mas, até lá, é possível gozar das bênçãos dessa presença tão confortante e revigorante, mesmo em meio aos possíveis problemas e sofrimentos.

Quando firmei meus pensamentos e sentimentos nessa clara e suficiente constatação bíblica, desprendi-me da dependência dos sonhos, não me deixando tornar escravo de seu conteúdo e, ainda, não amarrando minha felicidade aquilo que posso distinguir ser sonho ou pesadelo. Assim, eu posso sonhar; mas, mais do que sonhar, eu vivo em Cristo.

Endireitamento

Os gregos antigos se organizavam socialmente em cidades-estados, conhecidas entre eles como pólis. O homem livre, grego, nascido na pólis, era chamado de politikós. Estes, eram os indivíduos que participavam das decisões acerca da condução da pólis. Reunidos nas Ágoras (praças gregas), deliberavam sobre a defesa da cidade, a construção do espaço público, as atividades econômicas e todos os assuntos relacionados com o contexto público e o bem comum. Nesse sentido, a política é uma prática ou ação humana voltada para a construção coletiva de um espaço público onde seja possível assegurar e vivenciar o bem comum. Aqueles que, diferentemente dos politikós, não participavam da vida pública, eram conhecidos como idiótes (mulheres, escravos, estrangeiros). Mais tarde esse termo foi usado pejorativamente para identificar os que possuíam limitações cognitivas para adequada compreensão e manifestação.

Apesar da costumeira desconfiança e das comprovadas maracutaias que nos desmotivam a participação política, somos chamados à responsabilidade, a cidadania, produzindo o cuidado divino nas exortações para com as autoridades; afinal, dizem respeito à nossa vida diária: moradia, alimentação, estudos, saúde, religiosidade, esportes, liberdade de expressão, segurança, emprego, dentre outros. Consciente ou não a política nos move, nos envolve.

Como cristãos a responsabilidade é iniciada pela necessidade de consciência política, o que, biblicamente, se encaixa no famoso, mas difícil, discernimento. Mas, infelizmente, a igreja tem-se mostrado inoperante quanto a esta tarefa em fases de sua história, tornando-se medíocre em suas críticas, assim como a maior parte da sociedade que participa efetivamente da destruição do patrimônio público e privado; que não coopera com a manutenção da cidade; que não contribui com ideias e trabalho, mas que, diante da consequência prejudicial de seu próprio descaso, irremediavelmente culpa o governo por toda catástrofe existente.

Diferentemente destes, a igreja, que tem a responsabilidade da diferença (sal na terra e luz no mundo), tem de assumir sua tarefa que se apresenta de forma implícita e explícita. Implicitamente, honrar, obedecer, cumprir a lei, rejeitando o jeitinho que em nada se alinha ao padrão de santidade de seu Senhor (1Pedro 2.13-17; Tito 3.1-2). Ao contrário de se entregar à tentação do falar mal, do difamar, a igreja deve interceder por aqueles que são autoridade por decisão Soberana (1Timóteo 2.1-2).

É impressionante como o “povo de Deus” encontra enorme facilidade e disposição de passar e-mails e de conversar difamando e criticando as autoridades governamentais; mas, em contrapartida, encontra teimosa dificuldade em interceder em favor destes. Parece que a igreja sofre de amnésia quanto a esta tarefa.

Explicitamente, a tarefa da igreja é a de proclamar a verdade, o evangelho que traz a mensagem de Deus quanto à salvação e a vida (o que inclui, em muito, a política). O evangelho é o poder de Deus para salvação (Romanos 1.16). É a lei de Deus para a mudança de vida, que envolve santificação (Filipenses 3.12-16). É a proclamação da ética divina que realça o amor, a imparcialidade, desnudando a mentira, o orgulho, a inveja, a dissensão (Provérbios 6.16-19; 11.1-2; Colossenses 3.5-11; Tiago 3.13-18).

Mediante este proceder a igreja tende a uma expectativa realista. Fico surpreso com o cristão (principalmente o líder) que se surpreende com a corrupção, a conduta pecaminosa entre os políticos, deixando-se desanimar, abater. Qual a surpresa? O que esperar de pessoas que não tem o Criador como referência? Ele já afirmara que este mundo jaz no maligno (1 João 5.19) e que o homem natural não entende as coisas espirituais (1 Coríntios 2.14-16); então, o que esperar, perfeição, ética impecável? O cristão que assim se apresenta ou não conhece as Escrituras devidamente ou não leva a sério suas afirmações. É exatamente por isso que somos chamados a fazer a diferença no mundo. Assim, nossa expectativa não deve ser a de perfeição por parte destes, algo impossível até para nós, enquanto possuidores desta natureza pecaminosa.

Neste aspecto o pastor (o líder) é figura essencial, ao exortar o povo a interpretar a realidade de seus dias, tendo como referência (1) as informações acerca da estrutura deste mundo e (2) os princípios de Deus para a vida. A primeira nos mantém atentos para a realidade do pecado e do uso do poder na sociedade para mantê-la aprisionada segundo o curso deste mundo que é segundo o príncipe da potestade do ar, a fim de que todos vivam, segundo as inclinações pecaminosa de sua própria natureza (Efésios 2.2-3). A segunda, nos mantém afastados da influência da primeira, conduzindo-nos à vida abundante compartilhada por Cristo, ao ensinar a santidade em nossas relações pessoais e a pureza nas decisões e ações que corretamente, sempre beneficiará o próximo.

Vivemos dias, em nosso país, em que há um clamor popular por justiça; mesmo que seja por meio de um discurso incompleto e carente de coerência. Como igreja, devemos concordar que a injustiça deve cessar. Mas, que comece em nós e se espalhe através de nós. Não podemos ser tolos, atribuindo toda injustiça a um partido político, ignorando a generalização dos problemas na estrutura política do país, que aprendeu em sua história a ser corrupta.

Entendo que para muitos, este partido representou a esperança de mudança com a tão sonhada pureza nos corredores do poder e que a decepção foi profunda na constatação de sua igualdade aos demais na impureza, produzindo esta caça às bruxas, tendo-o como representante, agora, de todo o mal existente na política. Mas, até nas horas de tensão somos chamados ao equilíbrio nas interpretações e ações. O sistema é corrupto porque a sociedade, a igreja, a família compartilha desta corrupção. Por isso, independentemente de que as mudanças aconteçam, temos de começar por nós a cura da maldade. Como disse o Senhor a Israel: “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante de meus olhos; cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas” (Isaías 1.16-17).

Reconheçamos nosso pecado e assumamos a vida em santidade, a começar pelo endireitamento de nossas relações pessoais e de nossos negócios. Se, servirmos de modelo e estímulo para a sociedade, todos serão beneficiados, mesmo que por um pouco. Se, não, pelo menos, adoraremos o Santo e seremos livres em nossa consciência, não compactuando com o mal e, ainda, cumpriremos com nossa tarefa de “proclamar as virtudes daquele que nos tirou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pedro 2.9).

Congresso de Aconselhamento

1ª Conferência de Formação e Treinamento em Aconselhamento bíblico em Manaus. De 10 a 13 de maio. Inscreva-se e participe deste momento histórico: www.abcb.vpeventos.com

Está consumado!

O que estaria consumado na expressão de Jesus Cristo, imediatamente antes de sua morte? (João 19.30) O conjunto do que viera realizar? Efetivamente, o seu sacrifício? Mais extensivamente, o seu ministério? Ou, até mesmo, a aplicação de tudo naquilo que estava por vir?

Talvez, seja exatamente a última questão que o apóstolo Pedro se refira em sua afirmação aplicativa, quando diz: “Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados” (1Pedro 2.24). Olha para a sua pessoa e obra, especialmente na cruz, e aplica diretamente, considerando seu efeito certo na vida daqueles a quem viera salvar.

Neste sentido, a expressão “está consumado” pode ser associada a cada pessoa alcançada pela obra de Cristo. Ele fora completo em toda a sua realização; isto é, tudo o que fizera, consumado na cruz, salva e não simplesmente cria a possibilidade de salvação. Tudo o que era necessário foi feito e, nesse sentido, tudo estava consumado. E, como extensão dessa consumação, seu efeito certo na vida dos indivíduos representados por ele na cruz; faltando, apenas, sua aplicação na época da vida de cada indivíduo.

Quando fui conduzido a Cristo (o caminho, a verdade e a vida) pela ação do Espírito Santo, usando as circunstâncias, no momento de minha conversão, se consumou o que ele fizera na cruz à minha realidade presente. Tudo incluído – pensado, planejado, executado, confirmado e, agora, aplicado. Tão certo que minha própria condução para conversão acontecera por estar incluído em sua obra na cruz. É exatamente o que Pedro afirma: “Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados”. A vida em justiça, a cura, tudo se tornara certo, e infinito, como consequência do seu carregar de nossos pecados no madeiro.

Consegue entender o que é graça?

Culpado. Pecador. Desonestamente criatura. Justamente merecedor de condenação. Sem nada a oferecer que valesse à pena. Distância do Criador por causa do orgulho. Impuro e profano na alma e no corpo. Condenado em certezas tão incertas para a vida e tão certas para a perdição. E, em meio a tudo isso, sou impactado pela mensagem do evangelho – poder de Deus para salvar a mim e a todo tipo de homem. Tão surpreendido que a única ação é a de cair em terra, falido, convertido e grato; convicto de minha nova realidade em Cristo e infinitamente pronto para adorá-lo com o meu viver, tudo o que sou, tenho e faço; pois, afinal, nada é meu, tudo é dele, por ele e para ele.

Está consumado!

Homenagem ao meu Rio de Janeiro

Homenagem ao meu Rio de Janeiro

Aniversário de 448 anos da Cidade Maravilhosa